Fotoletras Poéticas

Escrever, fotografar: eis a poesia do sentir; eis a poesia do olhar! Fotografar o que se vê, escrever o que se sente!
Eis-me aqui...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Das Futilidades

Karina Araújo Campos

Belo Horizonte / Fevereiro de 2010.


Há aqueles que dão vida

à própria vida mergulhada no vazio

da solidão fútil:


- O buraco negro dos valores fúteis,

tão fúteis, tão fúteis, FÚTEIS...


Para os fúteis: ÚTEIS...


Se não: Ah! Morte cruel do âmago do banal ser!


A vaidade frente “ao que se é”;

Esquece-se do “quem se é”;

E se completa no mundo pelo TER...


O fútil é aquele que é o próprio pronome ME

juntamente com o Ter e a própria (e cansativa)

“vanglorização”: ME TER / METER / TER ME ...

É um sujeito oblíquo tônico!


E lhes faltam competências e

lhes faltam habilidades:

que ele diz tê-las todas...


Resta-lhes a insegurança e o sorriso vulgar

do seu próprio TER...

Sem isso, será que ele existe?


Ah! Morte cruel que matou o Ter do medíocre ser...


Não aprecia; só compete...

Matuta, matuta, matuta...

Meticuloso e articulado ser...

Críticas lhe sobram!

Desdenham do mundo ao seu redor

Seu mundo é o melhor...


Não tem nada que não saiba.

Não tem nada que não viveu.

Não tem nada a aprender.

Sabe tudo...


Se algo bom ou bonito lhe “parece”

aproveita sempre para reiterar o que

não lhe está às vistas...


Só lhe serve o magro,

A oca / cidade na cabeça...

O que pode ser bom nos outros,

aproveita para fazer colocações

como se lhes apresentasse como defeitos...


Meticuloso e articulado...

Parece o “bonzinho”

Sobram-lhes as críticas,

faltam-lhes os elogios...


Morrem de curiosidades sobre os outros.

Não podem ficar para trás...


Seus valores não levam a crescimento algum...

Valores estéticos, “esbélticos”, egocêntricos...


Sol sem luz ofuscante

Centro de si mesmo

Ser de TER “ensimesmado”


Seu FALO engasgado na garganta

faz seu gozo jorrar na cara dos ouvintes.


Vive em completude com as próprias futilidades...


Exige ser aplaudido e ai se não for...

Embora não mereça um simples estalar de dedos!


Buraco negro: coisa sem conteúdo, vulgar, banal,

sem sentido, sem nexo, sem noção, vazio...

Azio...

Azia...

Zio...


Todos os direitos reservados ao autor. Não autorizada cópia. Indique a leitura através deste site http://www.fotoletraspoeticas.blogspot.com/

3 comentários:

  1. Ka, perfeita e real narrativa do que é a futilidade do ser humano. Peçamos ao nosso bom Deus para que consigamos retirar de nós, toda e qualquer expressão de vaidade fútil.
    Parabéns, muito bonito mesmo!
    Beijos.

    Luciana Campos
    Jornalista

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  2. Querida Karina poeta e contista:
    Seu poema?
    Linguagem inusitada, rimas em trocadilhos que brincam com as reflexões e nos levam a admitir que as passagens da vida são e sejam a cada dia um aprendizado ímpar...
    Sucesso e muita poesia literalmente!
    Nos versos e na vida! Parabéns! Pelos belos poemas e premiações! Você merece...
    Beijos,

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  3. Gente, que chiquérrimo!
    Adorei o poema e vejo muito disso por aí... Às vezes em nós mesmos, aaafff. Mas como assim que eu nem sabia da existência desse blog? Que absurdooo! Tô dando uma lida no arquivo e aguardando o próximo!!! E o que é isso? Todo mundo na família escreve! Que genética boa, gente!!! Hehehe, até o Gabriel! Eu acho que isso pega, hein! Saudades, sô!!!!Beijos! Monique Sant'Ana

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