Fotoletras Poéticas

Escrever, fotografar: eis a poesia do sentir; eis a poesia do olhar! Fotografar o que se vê, escrever o que se sente!
Eis-me aqui...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O trabalho das abelhas

O trabalho das abelhas

Foto: Karina Campos - Carrancas / MG



Trabalho das abelhas



Karina Campos
Belo Horizonte, 19 de novembro de 2010.

Por onde eu vou,
 as abelhas (literalmente)
me perseguem...
Até dentro da minha casa
elas me visitam...
Dizem que é só ficar quieto,
então paraliso...
Mas elas buscam mel
E elas buscam flores
Um trabalho promissor
Gratificante
E em minha pequena varanda
cultivo em festa
o nascer de flores
que as encantam com muitas cores.
O mel? Que delícia...
Além de estar nas flores
está no meu perfume de cada manhã
No desejo de viver a vida
e ser feliz!
E no café que sai com amor
para alegrar o dia!
Visitam-me as trabalhadoras
tais quais vejo meu trabalho:
Do néctar o mel
da vida, a satisfação!

Das abelhas

Imagem: Web


Das abelhas

Karina Campos
Belo Horizonte, 19 de novembro de 2010.

Eu bem que poderia dar
por minhas experiências,
afirmações de que os seres humanos
são como as abelhas.
Mas não quero ofender as abelhas!
Pois as abelhas procuram flores
e fabricam o mel...
E só ferroam caso ameaçadíssimas.
Nem mesmo os marimbondos quero ofender.
Em comparação ao ser humano,
que em sua ignorante insegurança
ferroa como bicho...  Mas que bicho?
Somente o bicho homem mesmo,
para atacar pela inveja,
pelo descaso,
pelas fraquezas,
e por usar do bem do outro
afim de alfinetar...
São medíocres, são insensatos...
Maravilha-me a santidade a que
procuram mostrar!
Quem não conhece que compre!
Tamanha futilidade nas perguntas,
tamanha futilidade nas observações
ridículas que fazem para o foco
das agulhadas.
Não merecem respostas...
Mas, como não sentir, claro,
como deveria ser...
Porém, tantas picadas,
tantas ferroadas
são sentidas, percebidas.
Perceptíveis: nos sensíveis!
Visíveis em significados e significantes.
Será somente minha neurose?
Ou quero tirar as agulhas do meu corpo?



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Nuca

Imagem: Web

Karina Campos
Belo Horizonte, 18 de novembro de 2010.

Gelato, ice, gelé,  com hielo...
Quão íntimo é um cubo de gelo
Em particular num copo
Numa bebida especial
No corpo quente
Lá na frente vai derreter
Pela própria natureza
Gelo na nuca
Água gelada
Causa arrepio
Quão íntima atitude!
A nuca: lugar do corpo
Tão íntimo
Onde namorados mordiscam
Derrete gelo
Movimenta o corpo
Incomoda
Faz moda
Frio e quente
Corpo pula
Gelo derrete,
Alma esfria
Temperatura oscila
Boca pergunta por quê
Gelo é fantasia
Resfria,
Aquece
Traz riso, tremor
Sustinho na nuca com gelo?
Água fria?
Nuca gelada...
Gelo quente...


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Feminina

Imagem: web

Seminário: Mitologia à Luz da Doutrina ESpírita - Os doze trabalho de Hércules

Mais uma campanha em Defesa da Vida - Desmotivando a prática do suicídio.
Vamos juntos em prol desse projeto!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Bela Carla Bruni

Imagens: Web


Karina Campos
04 de Novembro de 2010.

Oui, oui, oui
Sim sim sim
Bruna é Sarkozi
de sobrenome e coração
Desde sempre,
fez-se uma mulher de ação
E através da canção
compôs seu passado
compõe seu presente e
seu futuro
A beleza de um olhar
Exuberante olhar
Um céu azul
No mar infinito
de uma inquietude 
controlada e
protegida
Uma mulher à mostra
exemplo, modelo
que faz-se resguardar
e resguarda por amor
Demonstra timidez
parece até insensatez!
Numa voz que grita ao mundo
pelos que não são ouvidos
Numa voz doce que luta
pelos portadores do HIV
Uma mulher que ri de si
que traduz sua vivência
em alegria
que compreende o outro
que aprende a enxergar os vários
outros mundos existentes.
Que submissa se enaltece
Engrandece
é mais vista
Então alvo
Representa o feminino
mulher menina
Femme fatale...
Alguém me disse, Carla,
que a vida sempre vale a pena
e o tempo é infinito,
e que as rosas, mesmo quando murchas
são belas.
Quelqu’um M’a  Dit...
Serais ce possible alors?
Oui... Oui...


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Série: Do Cotidiano

Karina Campos
Outubro, 2010.



Afago seu cabelo
E cheio de manha
Devora-me por inteiro...


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Fungada
Cheirinho...
Assim você começa um carinho!


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Você rosna
Eu brinco
Eu rosno
Você me leva a sério
Levo você a sério
Você brinca
Quantos segredos nos dissemos
nesse diálogo?


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A água
o pingo
respingos...
Você me acordou!

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Bom dia
Beijo
Arrulho
Arrulhas
Trombadas
Corro
Corres
Faço
Refaço
Dobro
Desdobro
Observas
Ama-me
Amo-te
Vamos...
Noite chega...
Boa...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Pão

Pão
Imagem: Google

Pelo Dia Mundial do Pão “16 de outubro”

“Ainda no ventre materno
Participei do desejo pela
Chegada do pão trazido por meu pai
No fim do dia do trabalho

Mas, nesse dia, ele o esqueceu
E então, o pão se tornou meu alimento preferido,
Sobretudo, por toda sua simbologia”.

Sagrado...
O pão
O Pai
Que nos dá o pão de cada dia
Que nos dá a colheita do trigo
E o pão na mesa
A nutrir as almas
Sedentas do sustento
Do reconhecimento
Da comida à mesa

O pão que se divide
Sustenta
Alimenta
Consagra
Gratifica

É ceia integral
Pão de integração humano
Dadivoso alimento

Satisfação da alma
Resultado do trabalho
Sinônimo de conquistas
De reconhecimento
Bem: Alimento sagrado...


Na foto: Eu, o Sr. Altayr Barros de Mello, Presidente do Sitipan em BH e os funcionários de uma das maiores Panificadoras de Belo Horizonte.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Pequenos Pecados

Alessandro Pessoa


ESSA PAIXÃO INSANA...
...INSÔNIA MORDAZ
TALHA MEU SANGUE
ME BEIJA LILÁS

ESSA LÍNGUA ÁCIDA
COM SEU DOCE HÁLITO
LAMBE  MEUS LÁBIOS
SEU VENENO É RÁPIDO

SUSSURRA NO OUVIDO
PEQUENOS PECADOS
UM ANJO CAÍDO...
...DE APELOS MANJADOS

LANÇA SEU FEITIÇO
E ME  MOSTRA A PRÁTICA
ANTES QUE EU VIRE BICHO
E FAÇA A SUA MÁGICA

E É SÓ SENTIR...
...O CHEIRO DO SIM
E A TEZ
E É O TOQUE
E O TOQUE DE NOVO
A FÁBULA...O JOGO
E UM TRAGO NO FIM...


sábado, 2 de outubro de 2010

"Atire a primeira pedra aquele que não tiver pecado"

“Atire a primeira pedra aquele que não tiver pecado”

Karina Araújo Campos
02 de outubro de 2010.

Para Sakineh Ashtiani, a iraniana.

Imagem: Google

O Evangelho de João, capítulo 8, nos trás a narrativa de que Jesus foi para o monte das Oliveiras, e, pela manhã cedo, voltou para o templo, e todo o povo vinha ter com Ele, e, assentando-se, os ensinava. Naquele contexto, escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério.  E, pondo-a à mostra, disseram-lhe:
- Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando, e, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.

Sakineh, MULHER a luta continua...

A Mulher em sua alma: sempre apedrejada
Anos diversos a fio, milênios enfatizo.
De domesticada e reprodutora
Menos reconhecida que o cachorro
Domesticada e violentada
Provida por outrem, engessada...
De selvagem à revoltada
Por vezes (muitas) queimada
Inquisição, que se dizia santa
Há maior pecado que a criação dessa
malévola instituição?
Novamente a história se repete
Em prol da fé, da religião, da cultura
Instituída,
irão tirar a vida
Desprovida da liberdade de
Ser; seja lá o que se quer ser...
Apedrejar? Então, ainda hoje:
Atire a primeira pedra aquele
Desprovido do pecado...
Mesmo que a morte chegue
A Sakineh, que terá alma liberta
a mulher, ser humano, cidadã do mundo
perde seus direitos
E mesmo numa visão
Antropológica
É impossível conceber a ignorância
Do julgamento coletivo
Das chibatas, das pedras, da forca...
Como dizem e temem: seu problema
É mais que uma decisão jurídica de Estado
I R A niano
É uma luta de gênero,
Onde o Ocidente encontra-se
A favor da vida, da liberdade de escolha
Da liberdade do SER
Da MULHER.

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