Karina Araújo Campos
Férias, Belo Horizonte, 18/07/1991.
O dia amanheceu
e eu com meu puro coraçãozinho
pensava no Senhor!
Levantei-me e fui à cozinha.
Vi a vela acesa e olhando-a estarrecida
fiquei pensando na vida...
Desviei meu olhar e disse em pensamento:
- Não mereço ver tão grande símbolo e luz
do Mestre.
- Olhando a janela,
a chama continuou a refletir nos meus olhos,
e pensei: - Se a luz reflete em mim,
é sinal de que Deus nunca terá fim.
Todos os direitos reservados ao autor. Não autorizada cópia. Indique a leitura através deste site http://www.fotoletraspoeticas.blogspot.com
Fotoletras Poéticas
Escrever, fotografar: eis a poesia do sentir; eis a poesia do olhar! Fotografar o que se vê, escrever o que se sente!
Eis-me aqui...
Emoldurando Paisagens
segunda-feira, 27 de julho de 2009
domingo, 26 de julho de 2009
Os meus trinta

Karina Araújo Campos
12 de junho de 2009.
Cedo ou tarde vamos descobrir que quem importa para nós somos nós mesmos. E não se trata de imaturidade ou egoísmo não, nem de um retorno literal ao “id”, mas sim, de que se você transita durante alguns bons anos sobre a tentativa de realizar-se no outro, ou de que outrem o realize e baste para você é cansativo, e cansar-se é, na maioria das vezes desgastante e traz infelicidade.
Incrível que no ato de tais descobertas na vida, há sempre uma revolução. E revolução, já sabe... algo na essência do ser se modifica, quebra paradigmas, destrói-se soldados internos, nascem monges, ou destrói-se monges e nascem-se soldados dentro de cada um.
Pelo menos ao longo das minhas primaveras aconteceu assim. Como em meu conto “Guerra Íntima”, essa guerra que nunca cessa. O importante é entender as transformações.
Às vezes se recolher, ou extravasar.
Hoje eu não vou ouvir o que me desagrade e permanecer calada. E a maior de todas as descobertas é que não estou só falando. Estou agindo. Agindo bem ou mal, estou falando. Claro, devo atentar-me para o modo da reação ou ação, mas não profano mentiras, mas o modo da agir ou reagir, devo repensar. Estou na fase “id”, na impulsividade do transformar.
Que assim seja! Atire a primeira pedra quem tem domínio e controle total sobre si mesmo.
Meu desafio hoje é fazer e ser apenas o que quero. Ser o que sou. E ter também. Por que não?
Lutas constantes fazem parte do meu cotidiano, do cotidiano de todos nós. Nada nos impede de ter conquistas materiais à partir do trabalho. Trata-se de buscas e retornos. O que virá, o que será? Não importa. Vamos buscar. Buscar na independência. Desgasta-me a idéia de que tenho que depender de outrem para viver, para fazer, para realizar. Não acredito nisso. Se quero vou fazer, vou buscar. Livrai-me Deus, de um dia ser uma cruz ou um empecilho para alguém.
Deixai, Deus, os jovens virem com toda força e os velhos se irem com suas inevitáveis fraquezas. Mas tornai-nos, Universo, independentes de alma. O querer depender é lastimável. Lastimável... Por isso, eu vou...
Aquela frase que diz “não fazemos nada sozinhos” não existe para mim. Eu faço sim. Muita gente faz, e é feliz, ou infeliz, ou tem retornos, ou não. Assim como todo mundo. E também não significa que tais atitudes signifiquem egoísmo, egocentrismo. Simplesmente que fazemos sim, coisas sozinhos. Alguém vive no lugar de alguém? Alguém passa para alguém o que a pessoa tem que passar? Alguém morre na hora errada ou no lugar de outra pessoa? Nem tentem... Vai dar errado. Basta a sua própria cruz. Ajudar e ser solidário não é isso. Nem tampouco sua solidariedade é a correta ou significa solidariedade para o outro. E o que você quer? E o que o outro quer? Na complexidade do significado real de tudo isso, creio que passei a mensagem que queria.
Chegar aos trinta anos é como ser adolescente. Você está velho demais para algumas coisas, então você é imaturo. Ou você é novo demais para outras coisas. Concluindo, a imaturidade é a constante da vida do sujeito. Assim como na adolescência, a falta de entendimento para essa máxima ainda permanece. Mas, continuamos a vida, que é linda, e basta estarmos vivos para viver. E a vida é aprendizado mesmo. Ruim é gente que acha que sabe tudo e que já viveu tudo e não tem nada para aprender. Aja...
É estranho o dia do aniversário. E vamos acostumando com tanta estranheza com o passar dos anos. Aquele frio na barriga que temos quando criança não acontece mais. O dia parece que é domingo, mesmo que seja dia de semana. Fica tudo meio deslocado. E o aniversariante mais deslocado ainda.
Este ano eu escolhi fazer o que meu coração pedia há aproximadamente uns três anos. Viajar. E ter consciência de que o aniversário é meu. E que não tenho que fazer aniversário para os outros.
Cada um faz o que quer no seu, e não tenho que comemorar porque os outros querem. Portanto, uma dica: pensem nos próximos aniversários de forma organizada. Pensamento organizado e consciente do que realmente querem.
Já que tudo na data do nosso nascimento é deslocado, parece que por causa do próprio nascimento mesmo. Nós saímos do ventre da nossa mãe para um mundo deslocado de tudo, e aí tudo retorna à memória nesta data. Bom, eu preferi me deslocar para outro lugar no meu dia. A idéia é que tudo fosse uma espécie de retiro e foi. No Caraça, parque de reserva natural, conheci mais que um novo lugar. Conheci um pouco mais de mim. Desloquei-me o tempo todo. Entre trilhas e natureza, entre histórias e histórias, as que foram ditas e as que não foram contadas, mas que permanecem no ar. Na alma daquele lugar. Nas caminhadas pensamentos mil vão e voltam. Quem sou? Quem fica para trás? Quem chega? Quem se instala? Um eu, eu, eueueueueueueueueueueueueueueueue...
Na visita ao museu encontro as mais belas fotos dos animais e espécies existentes no local; dentre elas as borboletas. A borboleta que traduz lindamente e levemente a transformação. E o presente maior foi ler o poema denominado “A terapia das borboletas”, cujo autor Luiz Augusto Cassas escreveu de forma sublime, o que me ajudou a “desencasular-me”. Essa é mesmo a terapia da vida: a transformação / a mudança de atitude / a ação transformada a todo momento, a todo instante / novas formas a um ser, a um agir, a um estar, a um querer / SER. E amanhã, outro SER. Em transformação sempre.
Um eu em transformação constante, com experiências já vividas. O externo se torna cada vez menos importante, o coração, o querer, o desejo, o realizar-se, o interior fica cada vez mais importante.
O seu olhar diz mais que suas palavras para quem o compreende. E quando a atitude o leva a sussurrar suas escolhas, elas se tornam ouvidas universalmente, causando medo e receio alheios. O sussurro é o grito da alma. E a sua escolha é divina, seja ela qual for. Será respeitada. Descobrir que as escolhas provindas de causas e conseqüências é responsabilidade de cada um, fruto em potencial de si próprio, e é mais que explicativa para saber que agimos sozinhos sim, o que se passa dentro de nós é uníssono com nosso âmago e nada mais. Depender de quem para agir? Desloquemo-nos sempre. Feliz 30 anos quantas vezes for preciso para todos nós.
CAMPOS, Karina Araújo. Belo Horizonte, 12 de junho de 2009.
Todos os direitos reservados ao autor. Não autorizada cópia. Indique a leitura através deste site http://www.fotoletraspoeticas.blogspot.com/
12 de junho de 2009.
Cedo ou tarde vamos descobrir que quem importa para nós somos nós mesmos. E não se trata de imaturidade ou egoísmo não, nem de um retorno literal ao “id”, mas sim, de que se você transita durante alguns bons anos sobre a tentativa de realizar-se no outro, ou de que outrem o realize e baste para você é cansativo, e cansar-se é, na maioria das vezes desgastante e traz infelicidade.
Incrível que no ato de tais descobertas na vida, há sempre uma revolução. E revolução, já sabe... algo na essência do ser se modifica, quebra paradigmas, destrói-se soldados internos, nascem monges, ou destrói-se monges e nascem-se soldados dentro de cada um.
Pelo menos ao longo das minhas primaveras aconteceu assim. Como em meu conto “Guerra Íntima”, essa guerra que nunca cessa. O importante é entender as transformações.
Às vezes se recolher, ou extravasar.
Hoje eu não vou ouvir o que me desagrade e permanecer calada. E a maior de todas as descobertas é que não estou só falando. Estou agindo. Agindo bem ou mal, estou falando. Claro, devo atentar-me para o modo da reação ou ação, mas não profano mentiras, mas o modo da agir ou reagir, devo repensar. Estou na fase “id”, na impulsividade do transformar.
Que assim seja! Atire a primeira pedra quem tem domínio e controle total sobre si mesmo.
Meu desafio hoje é fazer e ser apenas o que quero. Ser o que sou. E ter também. Por que não?
Lutas constantes fazem parte do meu cotidiano, do cotidiano de todos nós. Nada nos impede de ter conquistas materiais à partir do trabalho. Trata-se de buscas e retornos. O que virá, o que será? Não importa. Vamos buscar. Buscar na independência. Desgasta-me a idéia de que tenho que depender de outrem para viver, para fazer, para realizar. Não acredito nisso. Se quero vou fazer, vou buscar. Livrai-me Deus, de um dia ser uma cruz ou um empecilho para alguém.
Deixai, Deus, os jovens virem com toda força e os velhos se irem com suas inevitáveis fraquezas. Mas tornai-nos, Universo, independentes de alma. O querer depender é lastimável. Lastimável... Por isso, eu vou...
Aquela frase que diz “não fazemos nada sozinhos” não existe para mim. Eu faço sim. Muita gente faz, e é feliz, ou infeliz, ou tem retornos, ou não. Assim como todo mundo. E também não significa que tais atitudes signifiquem egoísmo, egocentrismo. Simplesmente que fazemos sim, coisas sozinhos. Alguém vive no lugar de alguém? Alguém passa para alguém o que a pessoa tem que passar? Alguém morre na hora errada ou no lugar de outra pessoa? Nem tentem... Vai dar errado. Basta a sua própria cruz. Ajudar e ser solidário não é isso. Nem tampouco sua solidariedade é a correta ou significa solidariedade para o outro. E o que você quer? E o que o outro quer? Na complexidade do significado real de tudo isso, creio que passei a mensagem que queria.
Chegar aos trinta anos é como ser adolescente. Você está velho demais para algumas coisas, então você é imaturo. Ou você é novo demais para outras coisas. Concluindo, a imaturidade é a constante da vida do sujeito. Assim como na adolescência, a falta de entendimento para essa máxima ainda permanece. Mas, continuamos a vida, que é linda, e basta estarmos vivos para viver. E a vida é aprendizado mesmo. Ruim é gente que acha que sabe tudo e que já viveu tudo e não tem nada para aprender. Aja...
É estranho o dia do aniversário. E vamos acostumando com tanta estranheza com o passar dos anos. Aquele frio na barriga que temos quando criança não acontece mais. O dia parece que é domingo, mesmo que seja dia de semana. Fica tudo meio deslocado. E o aniversariante mais deslocado ainda.
Este ano eu escolhi fazer o que meu coração pedia há aproximadamente uns três anos. Viajar. E ter consciência de que o aniversário é meu. E que não tenho que fazer aniversário para os outros.
Cada um faz o que quer no seu, e não tenho que comemorar porque os outros querem. Portanto, uma dica: pensem nos próximos aniversários de forma organizada. Pensamento organizado e consciente do que realmente querem.
Já que tudo na data do nosso nascimento é deslocado, parece que por causa do próprio nascimento mesmo. Nós saímos do ventre da nossa mãe para um mundo deslocado de tudo, e aí tudo retorna à memória nesta data. Bom, eu preferi me deslocar para outro lugar no meu dia. A idéia é que tudo fosse uma espécie de retiro e foi. No Caraça, parque de reserva natural, conheci mais que um novo lugar. Conheci um pouco mais de mim. Desloquei-me o tempo todo. Entre trilhas e natureza, entre histórias e histórias, as que foram ditas e as que não foram contadas, mas que permanecem no ar. Na alma daquele lugar. Nas caminhadas pensamentos mil vão e voltam. Quem sou? Quem fica para trás? Quem chega? Quem se instala? Um eu, eu, eueueueueueueueueueueueueueueueue...
Na visita ao museu encontro as mais belas fotos dos animais e espécies existentes no local; dentre elas as borboletas. A borboleta que traduz lindamente e levemente a transformação. E o presente maior foi ler o poema denominado “A terapia das borboletas”, cujo autor Luiz Augusto Cassas escreveu de forma sublime, o que me ajudou a “desencasular-me”. Essa é mesmo a terapia da vida: a transformação / a mudança de atitude / a ação transformada a todo momento, a todo instante / novas formas a um ser, a um agir, a um estar, a um querer / SER. E amanhã, outro SER. Em transformação sempre.
Um eu em transformação constante, com experiências já vividas. O externo se torna cada vez menos importante, o coração, o querer, o desejo, o realizar-se, o interior fica cada vez mais importante.
O seu olhar diz mais que suas palavras para quem o compreende. E quando a atitude o leva a sussurrar suas escolhas, elas se tornam ouvidas universalmente, causando medo e receio alheios. O sussurro é o grito da alma. E a sua escolha é divina, seja ela qual for. Será respeitada. Descobrir que as escolhas provindas de causas e conseqüências é responsabilidade de cada um, fruto em potencial de si próprio, e é mais que explicativa para saber que agimos sozinhos sim, o que se passa dentro de nós é uníssono com nosso âmago e nada mais. Depender de quem para agir? Desloquemo-nos sempre. Feliz 30 anos quantas vezes for preciso para todos nós.
CAMPOS, Karina Araújo. Belo Horizonte, 12 de junho de 2009.
Todos os direitos reservados ao autor. Não autorizada cópia. Indique a leitura através deste site http://www.fotoletraspoeticas.blogspot.com/
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Cálice do Amor
Karina Campos
Maio de 2004.
Naquela taça restou apenas
O último gole de vinho
Embebido da saliva tua.
A marca da tua boca
Molhada na borda.
O calor das tuas mãos
Cheirosas, envolventes.
O reflexo da vela acesa
Que derretia a vislumbrar
O amor que enaltecia o brindar
Supremo de dois corações que se
Reconheciam em juras de amor eterno!
Todos os direitos reservados ao autor. Não autorizada cópia. Indique a leitura através deste site http://www.fotoletraspoeticas.blogspot.com/
Maio de 2004.
Naquela taça restou apenas
O último gole de vinho
Embebido da saliva tua.
A marca da tua boca
Molhada na borda.
O calor das tuas mãos
Cheirosas, envolventes.
O reflexo da vela acesa
Que derretia a vislumbrar
O amor que enaltecia o brindar
Supremo de dois corações que se
Reconheciam em juras de amor eterno!
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segunda-feira, 20 de julho de 2009
Feto

Karina Campos
Como no ventre de uma açucena
cercada por auréola atenuante,
acerca de sublime sentimento,
dorme pequenino ser
que diante dos fatos da vida,
acalenta, mesmo que em sonho
o esperado movimentar das asas de uma borboleta.
Primeiros gestos a despertar na aurora,
raios vívidos da criação
num esboço supremo de vida
a aflorar em campos terrenos, o primogênito
que espera em alma doce e sutil
o limiar de um vôo alçar,
abençoado por céu, terra e mar.
Abril de 2004.
Todos os direitos reservados ao autor. Não autorizada cópia. Indique a leitura através deste site http://www.fotoletraspoeticas.blogspot.com/
Como no ventre de uma açucena
cercada por auréola atenuante,
acerca de sublime sentimento,
dorme pequenino ser
que diante dos fatos da vida,
acalenta, mesmo que em sonho
o esperado movimentar das asas de uma borboleta.
Primeiros gestos a despertar na aurora,
raios vívidos da criação
num esboço supremo de vida
a aflorar em campos terrenos, o primogênito
que espera em alma doce e sutil
o limiar de um vôo alçar,
abençoado por céu, terra e mar.
Abril de 2004.
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Flor

Karina Araújo Campos
29 de junho de 2009.
Chama-me “Flor”,
Num grito carinhoso de necessidade.
Minha pele em você despetala-se,
Suave perfume do querer.
Ô Flor...
Cheiro de jasmim exala no ar.
Fareja minha essência em doce beijo
As cores desaparecem
Tornam-se transparentes...
Como um véu sem cor,
Duas almas que transformam
a Flor em Amor...
Todos os direitos reservados ao autor. Não autorizada cópia. Indique a leitura através deste site http://www.fotoletraspoeticas.blogspot.com/
29 de junho de 2009.
Chama-me “Flor”,
Num grito carinhoso de necessidade.
Minha pele em você despetala-se,
Suave perfume do querer.
Ô Flor...
Cheiro de jasmim exala no ar.
Fareja minha essência em doce beijo
As cores desaparecem
Tornam-se transparentes...
Como um véu sem cor,
Duas almas que transformam
a Flor em Amor...
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Pa-ciente
Karina Araújo Campos
Você pergunta:
_ Por que você está aqui no Galba?
- Tenho esquizofrenia. É isso...
Eu me pergunto:
- Há alguém mais consciente de si aqui?
...
Os meus ouvidos são apenas escuta,
De palavra sãs, de frases insanas,
De delírios divinos, de delírios profanos,
De cabeças alucinadas...
Eu escuto,
Sua subjetividade humana
Portadora da deusa da loucura!
Dedico aos esquizofrênicos, cujas entrevistas me tornaram mais Humana!
“A loucura é jovem, muito jovem...
Mesmo sendo estudante de Psicologia percebi um certo temor, um certo não, um grande temor dos estudantes em se tratar com essa jovem: a loucura.
O medo do desconhecido, o medo da subjetividade louca, o medo de cada reação humana psicótica, ou de cada psicose com suas características diagnósticas... Estamos lidando acima de tudo com a subjetividade humana. O preconceito é muito grande. Acredito que, além do conhecimento técnico é preciso muito mais para ser um profissional na área da saúde mental. É preciso afeto na profissão. A afeição profissional, aquela que dá ao profissional motivação suficiente para lidar com as doenças mentais e saber das suas particularidades e diferenças, das semelhanças e da singularidade de cada psicótico, de cada transtorno, de cada patologia, de cada sorriso, de cada lágrima. São seres humanos, acima de tudo. A patologia é apenas um detalhe. E este detalhe é a grande diferença na sociedade.”
Karina Araújo Campos
Nota: 2008 - Estudante de Psicologia – Percepção diante das aulas de observação no Hospital Galba Veloso
Todos os direitos reservados ao autor. Não autorizada cópia. Indique a leitura através deste site http://www.fotoletraspoeticas.blogspot.com/
Você pergunta:
_ Por que você está aqui no Galba?
- Tenho esquizofrenia. É isso...
Eu me pergunto:
- Há alguém mais consciente de si aqui?
...
Os meus ouvidos são apenas escuta,
De palavra sãs, de frases insanas,
De delírios divinos, de delírios profanos,
De cabeças alucinadas...
Eu escuto,
Sua subjetividade humana
Portadora da deusa da loucura!
Dedico aos esquizofrênicos, cujas entrevistas me tornaram mais Humana!
“A loucura é jovem, muito jovem...
Mesmo sendo estudante de Psicologia percebi um certo temor, um certo não, um grande temor dos estudantes em se tratar com essa jovem: a loucura.
O medo do desconhecido, o medo da subjetividade louca, o medo de cada reação humana psicótica, ou de cada psicose com suas características diagnósticas... Estamos lidando acima de tudo com a subjetividade humana. O preconceito é muito grande. Acredito que, além do conhecimento técnico é preciso muito mais para ser um profissional na área da saúde mental. É preciso afeto na profissão. A afeição profissional, aquela que dá ao profissional motivação suficiente para lidar com as doenças mentais e saber das suas particularidades e diferenças, das semelhanças e da singularidade de cada psicótico, de cada transtorno, de cada patologia, de cada sorriso, de cada lágrima. São seres humanos, acima de tudo. A patologia é apenas um detalhe. E este detalhe é a grande diferença na sociedade.”
Karina Araújo Campos
Nota: 2008 - Estudante de Psicologia – Percepção diante das aulas de observação no Hospital Galba Veloso
Todos os direitos reservados ao autor. Não autorizada cópia. Indique a leitura através deste site http://www.fotoletraspoeticas.blogspot.com/
domingo, 19 de julho de 2009
Totem
Karina Campos
Obs.: Totem econtra-se na Antologia Mulheres Emergentes, em comemoração aos 18 anos do ME, coordenado e organizado por Tânia Diniz. Essa página foi uma presente da minha sogra, a escritora Clevane Pessoa, devido ao tema MULHER!
Eu vislumbro um totem em mim,
que cresce hierarquicamente desde minha infância.
Mas eu não sou exclusivamente em cada momento um animal,
uma essência, uma virtude.
Eu sou a soma das virtudes e a mistura dos bichos.
Me vejo mulher.
Minha cabeça é o comando de tudo.
Meu cérebro humano ao topo está vinculado
à luz suprema do cosmo, da divindade.
Uma coroa dourada está ligada através de raios viajantes,
dourados, envolvidos por pó de ouro transcendente.
A inteligência, a consciência e a espiritualidade são minhas virtudes mentais.
Abaixo da minha cabeça, uma cabeça de leão com a boca aberta.
Seu rugido ainda pode ser ouvido pelos sons do universo.
É o grito, é a fala, é o som... Sua virtude é a ponderação.
Eu falo. Eu calo.
Nas laterais ursos, panteras, tigres, cavalos, búfalos...
Animais que carregam e sustentam o viver.
Sua virtude é a força, a coragem.
Erguem o tóten na postura esguia;
empina-se para os desafios da vida.
Ao centro a águia.
Asas abertas. Borboletas e pássaros multicores.
Movimento. Transmutação. Sua virtude é o amor.
O amor move tudo. O amor move o universo.
Tudo se move através do amor. O amor a tudo modifica.
Um pouco abaixo vejo gatos. Sua essência é a captação.
Sua virtude o entendimento, a transformação.
O Chacra Básico é mantido por coelhos, golfinhos.
Sua virtude: a maturidade, a produtividade, a reprodução.
Troncos gigantes sustentam e embasam esse reino de poder.
Virtude: sabedoria, coragem, amor, dignidade, simplicidade.
A mãe natureza fortalece o SER.
Ao fundo, as asas da liberdade envoltas pelo verde
esperança a bailar no Universo.
Liberdade movida pelo desejo, pela evolução, pela criação.
E um sorriso de mulher ecoa no Universo.
Todos os direitos reservados ao autor. Autorizada cópia, desde que divulgada autoria.
Obs.: Totem econtra-se na Antologia Mulheres Emergentes, em comemoração aos 18 anos do ME, coordenado e organizado por Tânia Diniz. Essa página foi uma presente da minha sogra, a escritora Clevane Pessoa, devido ao tema MULHER!
Eu vislumbro um totem em mim,
que cresce hierarquicamente desde minha infância.
Mas eu não sou exclusivamente em cada momento um animal,
uma essência, uma virtude.
Eu sou a soma das virtudes e a mistura dos bichos.
Me vejo mulher.
Minha cabeça é o comando de tudo.
Meu cérebro humano ao topo está vinculado
à luz suprema do cosmo, da divindade.
Uma coroa dourada está ligada através de raios viajantes,
dourados, envolvidos por pó de ouro transcendente.
A inteligência, a consciência e a espiritualidade são minhas virtudes mentais.
Abaixo da minha cabeça, uma cabeça de leão com a boca aberta.
Seu rugido ainda pode ser ouvido pelos sons do universo.
É o grito, é a fala, é o som... Sua virtude é a ponderação.
Eu falo. Eu calo.
Nas laterais ursos, panteras, tigres, cavalos, búfalos...
Animais que carregam e sustentam o viver.
Sua virtude é a força, a coragem.
Erguem o tóten na postura esguia;
empina-se para os desafios da vida.
Ao centro a águia.
Asas abertas. Borboletas e pássaros multicores.
Movimento. Transmutação. Sua virtude é o amor.
O amor move tudo. O amor move o universo.
Tudo se move através do amor. O amor a tudo modifica.
Um pouco abaixo vejo gatos. Sua essência é a captação.
Sua virtude o entendimento, a transformação.
O Chacra Básico é mantido por coelhos, golfinhos.
Sua virtude: a maturidade, a produtividade, a reprodução.
Troncos gigantes sustentam e embasam esse reino de poder.
Virtude: sabedoria, coragem, amor, dignidade, simplicidade.
A mãe natureza fortalece o SER.
Ao fundo, as asas da liberdade envoltas pelo verde
esperança a bailar no Universo.
Liberdade movida pelo desejo, pela evolução, pela criação.
E um sorriso de mulher ecoa no Universo.
Todos os direitos reservados ao autor. Autorizada cópia, desde que divulgada autoria.
O primeiro sapato
Karina Campos
Belo Horizonte / MG, 05 de abril de 2007.
Obs.: Esse conto foi Destaque literário no Concurso Letras Premiadas Alpas XXI – Edição 2007.
Estrelas no céu. Milhões de estrelas no céu.
Já passara a metade da noite e a estrada estava deserta. Estrada estreita, terra fofa, o clima ameno. Ainda não serenara. Uma poeira de luzes pisca no ar qual lanternas a alumiar a noite. Belos vaga-lumes, estrelas cintilantes, habitantes da Terra.
A sinfonia dos grilos, das cigarras, dos sapos ecoa da mata nos arredores desta estrada. Gigantescas árvores abrem frestas para que a lua e as estrelas sejam bússola aos andarilhos.
Um uivo rasga a noite e cala a orquestra dos bichos.
Ele não se assusta. Continua sua caminhada na calmaria dos anciãos.
Pés descalços, rachados, acostumados às erosões, calos duros, guiados pela experiência, levados pela rotina daquela estrada. Bela estrada!
Para onde o levaria?
Calças arregaçadas, esgarçadas, cerzidas, mas limpas. Camisa desbotada em tom de palha, quarada pelo sol.
Rosto calmo, franzido pelas rugas da idade, pelos anos de luta, de busca. Um cachimbo no canto da boca, com um jeito único de fumar: ele o mascava.
Devagar, pé ante pé, uma de suas mãos segurava o cachimbo, a outra o cajado.
Aos setenta e dois anos, o Senhor Galadriel percorria este caminho. Voltava da fazenda do “Grande Senhor” para seu casebre.
Andava freqüentando a escola para aprender a assinar o nome. Não queria mais registrar o polegar. Achava importante aprender a escrever o próprio nome. Embora quase o esquecesse diante de ser tratado sempre por “Seu Driel”.
Representou por toda sua vida o significado de seu nome: ser bom diante de Deus. Não bastasse, seu sobrenome era “dos Santos”.
Freqüentava a Igreja Nossa Senhora das Dores no lugarejo de Pedra Negra, aos domingos e dias santos.
Seu Driel ia e vinha naquela estrada por tantos anos. Por tantos anos sempre descalço.
Calçou no dia do seu casamento com a falecida Zinha um par de chinelos de borracha amarelos e no paletó branco que foi de seu avô usou um cravo colhido do quintal. Seu sorriso iluminado ainda tinha a dentição. Hoje lhe restam poucos dentes, mas o sorriso da boca que masca o cachimbo ainda é iluminado.
Seu Driel caminha. Anda guiado pelos pés descalços. Os pés que conhecem cada pedra, cada cascalho, cada grão de areia daquela estrada.
Zinha, que foi seu primeiro e único amor engravidou pouco depois de se casarem. Em seu humilde lar explodiam de alegria.
Seu Driel pegava a estrada cantarolando, venerando a chegada do filho. Sempre vaqueiro, cuidava dos bichos como cuidava de Zinha. Cheio de zelo, amor, carinho...
O curral era seu lar durante o dia. À noite, os braços de Zinha.
Os meses se passaram e numa noite Seu Driel foi chamado pelo capataz da fazenda às pressas. Era Zulmira, a vaca holandesa que dava cria. Emprenhou precocemente do garrote Zeus. E lá se foi Galadriel, andando a passos gigantes, pés apressados para ajudar Zulmira a parir o bezerro. No chão a coitadinha não agüentava mais de dor e acalmou-se ao ver seu zeloso cuidador.
Sofreu. Sofreram. Os três. Sofreram muito.
A vaca Zulmira, Seu Driel e Zinha.
Enquanto Seu Driel ajudava Zulmira, Zinha desfalecia-se em dores do parto. Só. Gritava e gemia a vinda dos bebês. Eram gêmeos. Nas redondezas só os bichos a ouviam. Gente mesmo não estava a menos de um quilômetro dos diâmetros de sua casa.
Deitada, agarrava com as unhas os lençóis úmidos de sangue, suor e nada da chegada de Driel.
Urrava como onça presa em caverna.
Fez muita força e, enfim, nasceu o primeiro dos bebês.
Zinha olhou naquele rostinho que lhe sorriu como primeiro ato terreno.
Branca, pálida, sem forças, suspirou e caiu para trás. Não voltou mais à vida. Nem com a chegada do marido algumas horas depois.
Seu Driel desesperou-se, desesperançou-se.
Viu seu filho nas entranhas da mãe, ambos imóveis.
Chorou de tristeza. Chorou de alegria.
Tomou todas as providências para o velório de Zinha e seu segundo filho, que ia no ventre da mãe.
No filho vivo pôs o nome de Samuel, o mesmo nome do bezerro de Zulmira e Zeus.
O dono da fazenda mandou entregar a Galadriel uma caixa no dia seguinte.
Envolta de laço azul, Seu Driel desfez calmamente cada volta da fita. Abriu a tampa, apalpou todo o papel de seda. Desembrulhou o presente. Era um belo par de sapatos italianos, bico quadrado, preto, envernizado.
No fundo da caixa um bilhete escrito com letra firme:
- Caro Galadriel,
Envio os sapatos para que te sintas bem.
Nada melhor que um par de sapatos quando perdemos o chão.
Embase-se neles.
Condolências,
Francisco Nonato.
Aos vinte e sete anos Galadriel recebera os primeiros sapatos de sua vida. Usou-os no velório e no enterro. Chegou em casa, limpou-os, lustrou-os e guardou-os novamente.
Os anos foram passando. Seu filho Samuel crescia. O bezerro também. Antes que Samuel se tornasse um rapaz, o bezerro Samuel tornou-se garrote.
Sempre amigos. Samuel, o pai e o garrote.
Ainda hoje, Seu Driel abre a caixa de sapatos somente para cuidá-los. Não mais o calçou.
Aos setenta e dois anos embasa-se na sola dos próprios pés. Não mais calçou sapatos. Anda com pés no chão. Calçado de sua própria segurança. Do coração que pulsa em seus pés.
Seu caminho, sua estrada sempre o levam para casa.
Mas no caminho, além das vozes dos bichos, ouve-se também o sorriso de Zinha.
Um sorriso que as estrelas, o céu, as árvores respondem nos balançar dos ventos, na voz da noite.
E ele caminha, deixando suas pegadas na terra fofa, ecoando sorrisos que enlaçam os sorrisos de Zinha.
Todos os direitos reservados ao autor. Autorizada cópia, desde que divulgada/preservada a autoria.
Belo Horizonte / MG, 05 de abril de 2007.
Obs.: Esse conto foi Destaque literário no Concurso Letras Premiadas Alpas XXI – Edição 2007.
Estrelas no céu. Milhões de estrelas no céu.
Já passara a metade da noite e a estrada estava deserta. Estrada estreita, terra fofa, o clima ameno. Ainda não serenara. Uma poeira de luzes pisca no ar qual lanternas a alumiar a noite. Belos vaga-lumes, estrelas cintilantes, habitantes da Terra.
A sinfonia dos grilos, das cigarras, dos sapos ecoa da mata nos arredores desta estrada. Gigantescas árvores abrem frestas para que a lua e as estrelas sejam bússola aos andarilhos.
Um uivo rasga a noite e cala a orquestra dos bichos.
Ele não se assusta. Continua sua caminhada na calmaria dos anciãos.
Pés descalços, rachados, acostumados às erosões, calos duros, guiados pela experiência, levados pela rotina daquela estrada. Bela estrada!
Para onde o levaria?
Calças arregaçadas, esgarçadas, cerzidas, mas limpas. Camisa desbotada em tom de palha, quarada pelo sol.
Rosto calmo, franzido pelas rugas da idade, pelos anos de luta, de busca. Um cachimbo no canto da boca, com um jeito único de fumar: ele o mascava.
Devagar, pé ante pé, uma de suas mãos segurava o cachimbo, a outra o cajado.
Aos setenta e dois anos, o Senhor Galadriel percorria este caminho. Voltava da fazenda do “Grande Senhor” para seu casebre.
Andava freqüentando a escola para aprender a assinar o nome. Não queria mais registrar o polegar. Achava importante aprender a escrever o próprio nome. Embora quase o esquecesse diante de ser tratado sempre por “Seu Driel”.
Representou por toda sua vida o significado de seu nome: ser bom diante de Deus. Não bastasse, seu sobrenome era “dos Santos”.
Freqüentava a Igreja Nossa Senhora das Dores no lugarejo de Pedra Negra, aos domingos e dias santos.
Seu Driel ia e vinha naquela estrada por tantos anos. Por tantos anos sempre descalço.
Calçou no dia do seu casamento com a falecida Zinha um par de chinelos de borracha amarelos e no paletó branco que foi de seu avô usou um cravo colhido do quintal. Seu sorriso iluminado ainda tinha a dentição. Hoje lhe restam poucos dentes, mas o sorriso da boca que masca o cachimbo ainda é iluminado.
Seu Driel caminha. Anda guiado pelos pés descalços. Os pés que conhecem cada pedra, cada cascalho, cada grão de areia daquela estrada.
Zinha, que foi seu primeiro e único amor engravidou pouco depois de se casarem. Em seu humilde lar explodiam de alegria.
Seu Driel pegava a estrada cantarolando, venerando a chegada do filho. Sempre vaqueiro, cuidava dos bichos como cuidava de Zinha. Cheio de zelo, amor, carinho...
O curral era seu lar durante o dia. À noite, os braços de Zinha.
Os meses se passaram e numa noite Seu Driel foi chamado pelo capataz da fazenda às pressas. Era Zulmira, a vaca holandesa que dava cria. Emprenhou precocemente do garrote Zeus. E lá se foi Galadriel, andando a passos gigantes, pés apressados para ajudar Zulmira a parir o bezerro. No chão a coitadinha não agüentava mais de dor e acalmou-se ao ver seu zeloso cuidador.
Sofreu. Sofreram. Os três. Sofreram muito.
A vaca Zulmira, Seu Driel e Zinha.
Enquanto Seu Driel ajudava Zulmira, Zinha desfalecia-se em dores do parto. Só. Gritava e gemia a vinda dos bebês. Eram gêmeos. Nas redondezas só os bichos a ouviam. Gente mesmo não estava a menos de um quilômetro dos diâmetros de sua casa.
Deitada, agarrava com as unhas os lençóis úmidos de sangue, suor e nada da chegada de Driel.
Urrava como onça presa em caverna.
Fez muita força e, enfim, nasceu o primeiro dos bebês.
Zinha olhou naquele rostinho que lhe sorriu como primeiro ato terreno.
Branca, pálida, sem forças, suspirou e caiu para trás. Não voltou mais à vida. Nem com a chegada do marido algumas horas depois.
Seu Driel desesperou-se, desesperançou-se.
Viu seu filho nas entranhas da mãe, ambos imóveis.
Chorou de tristeza. Chorou de alegria.
Tomou todas as providências para o velório de Zinha e seu segundo filho, que ia no ventre da mãe.
No filho vivo pôs o nome de Samuel, o mesmo nome do bezerro de Zulmira e Zeus.
O dono da fazenda mandou entregar a Galadriel uma caixa no dia seguinte.
Envolta de laço azul, Seu Driel desfez calmamente cada volta da fita. Abriu a tampa, apalpou todo o papel de seda. Desembrulhou o presente. Era um belo par de sapatos italianos, bico quadrado, preto, envernizado.
No fundo da caixa um bilhete escrito com letra firme:
- Caro Galadriel,
Envio os sapatos para que te sintas bem.
Nada melhor que um par de sapatos quando perdemos o chão.
Embase-se neles.
Condolências,
Francisco Nonato.
Aos vinte e sete anos Galadriel recebera os primeiros sapatos de sua vida. Usou-os no velório e no enterro. Chegou em casa, limpou-os, lustrou-os e guardou-os novamente.
Os anos foram passando. Seu filho Samuel crescia. O bezerro também. Antes que Samuel se tornasse um rapaz, o bezerro Samuel tornou-se garrote.
Sempre amigos. Samuel, o pai e o garrote.
Ainda hoje, Seu Driel abre a caixa de sapatos somente para cuidá-los. Não mais o calçou.
Aos setenta e dois anos embasa-se na sola dos próprios pés. Não mais calçou sapatos. Anda com pés no chão. Calçado de sua própria segurança. Do coração que pulsa em seus pés.
Seu caminho, sua estrada sempre o levam para casa.
Mas no caminho, além das vozes dos bichos, ouve-se também o sorriso de Zinha.
Um sorriso que as estrelas, o céu, as árvores respondem nos balançar dos ventos, na voz da noite.
E ele caminha, deixando suas pegadas na terra fofa, ecoando sorrisos que enlaçam os sorrisos de Zinha.
Todos os direitos reservados ao autor. Autorizada cópia, desde que divulgada/preservada a autoria.
sábado, 18 de julho de 2009
A terapia das borboletas
Violetas

Karina Araújo Campos
Belo Horizonte, Praça Tirandentes, 30/06/2009
Contemplação...
Inspiração...
Exemplo...
Em pequeninos vasos
desabrocha sublime a
raridade de sua beleza.
O espetáculo multicor
de misturas infinitas
vive, sobrevive, manifesta:
Emoção, humildade, amor!
Todos os direitos reservados ao autor. Não autorizada cópia. Indique a leitura através deste site http://www.fotoletraspoeticas.blogspot.com/
Belo Horizonte, Praça Tirandentes, 30/06/2009
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Inspiração...
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