Fotoletras Poéticas

Escrever, fotografar: eis a poesia do sentir; eis a poesia do olhar! Fotografar o que se vê, escrever o que se sente!
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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Café da Manhã


Karina Araújo Campos, Belo Horizonte, 14 de maio de 2010.

No quarto, um ar fresco rompia as barreiras do fogo da noite. Levantou-se, olhando o corpo dela enrolado nos lençóis. Saiu do quarto fechando a porta lentamente.

Na cozinha, lavou morangos, peras e uvas. Partiu a papaia. Ferveu água para café, preparou a travessa com pães e biscoitos e arrancou flores das violetas. Pegou as xícaras com receio de quebrá-las, fez suco de caju, colocou os copos na bandeja. Ajeitou tudo na sua plena perfeição máscula e levou o café da manhã completo nas mãos.

Firmou o cotovelo na maçaneta da porta e a empurrou sorrateiramente. Mas, uma uva, traindo-lhe, saltou ao chão estourando-se na madeira do piso. E ela, vislumbrando mais que surpreendida, aquele gesto matutino, sentou-se na cama, aguardando as guloseimas. Sugou-lhe o mel dos lábios primeiramente. Depois degustou as frutas, os lábios, os pães, os lábios e os lábios, esperando que todos os dias fossem como aquela manhã.

Mini-conto "Café da Manhã", Revista Pragmatha edição maio de 2010

2 comentários:

  1. Boa noite Karina, que alegria voce ainda está em festa do seu aniversário, meus PARABÉNS.
    Adorei ler este seu conto, que graciosidade encontrei nele, uma delicia de caf´r da manhã,
    Efigenia Coutinho
    ps: espero voce ao meu Blog

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  2. Nossa, que docinho de mini-conto Karina! Deu vontade de ir lendo, lendo e ao mesmo tempo degustar dessa mesa maravilhosa e apetitosa.
    Beijos

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